sábado, 12 de outubro de 2013

Jovem Malala vence prêmio europeu de Direitos Humanos Aos 16, ela é favorita ao Nobel da Paz, cujo vencedor será anunciado na sexta

Veja-Internacional
A jovem Malala Yousafzai, de 16 anos, baleada na cabeça pelo Talibã em 2012 por defender o direito à educação para meninas no Paquistão, venceu nesta quinta-feira o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, concedido pelo Parlamento Europeu. A premiação é considerada o principal troféu europeu de direitos humanos. Malala é a grande favorita para ser laureada, nesta sexta-feira, com o Nobel da Paz.
O prêmio europeu, atribuído anualmente em memória do físico e dissidente soviético Andrei Sakharov, concede ao vencedor uma premiação no valor de 50.000 euros (cerca de 150.000 reais). Os líderes dos grupos políticos da paralemento votaram unanimamente em Malala. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse que estava satisfeito e que a vencedora é uma "menina que demonstrou ter mais coragem do que muitos adultos". "Malala tem coragem de levantar a voz pelos direitos das meninas e, além disso, encoraja as pessoas a seguirem seu exemplo, apesar de viver em mundo dominado pelos homens", acrescentou. A paquistanesa tornou-se a mais jovem vencedora da tradicional premiação. O prêmio Sakharov 2013 será entregue em novembro, em Estrasburgo, na França, em uma sessão do Parlamento Europeu. 
Malala foi alvo de reconhecimento internacional e de ameaças de morte quando passou a denunciar atrocidades do Talibã há quatro anos em um blog na rede britânica BBC. Hoje ela vive na Grã-Bretanha. Em entrevista concedida nesta semana à BBC, afirmou que deseja entrar para a política para mudar seu país - e expressou seu apoio ao diálogo com os talibãs, embora tenha declarado que isso era um tema do governo. Ela vivia numa região do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão, onde militantes islâmicos costumam incendeiar escolas femininas e aterrorizar a população. Os pais de Malala seguem valores conservadores, comuns na região, mas repudiam a “talibanização” e encorajaram a filha a estudar (o pai era diretor da escola em que ela estudava).
Apesar das ameaças, Malala reiterou seu desejo de voltar ao Paquistão. Ela foi levada para a Grã-Bretanha após o atentado e lá frequenta a escola. "O mal de nossa sociedade e de nosso país", declarou, em referência ao Paquistão, "é que sempre esperam que venha outra pessoa para consertar as coisas". Malala admitiu que a Grã-Bretanha causou em sua família uma grande impressão, "especialmente em minha mãe, porque nunca havíamos visto mulheres tão livres: vão a qualquer mercado, sozinhas, sem homens, sem os irmãos ou os pais".
(Com agência EFE)

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