quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos distribui R$ 100 mil


EBC- Agência Brasil
  • 24/11/2014 20h27
  • Brasília
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
Projetos como o que discute, nas escolas, a violência contra a juventude negra, e outro, que debate a representação da mulher na mídia, estão entre os ganhadores do Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos, entregue hoje (24), em Brasília.
São dez premiados entre as quatro categorias e uma menção honrosa que vão dividir o valor de R$ 100 mil. O prêmio é bienal, e nesta edição foram cerca de 260 trabalhos inscritos de instituições públicas e privadas, de educação básica e superior, além de secretarias de educação e instituições do terceiro setor. O objetivo é incentivar, por meio da educação, a formação de uma cultura de defesa dos direitos humanos.
O prêmio é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos e do Ministério da Educação, com apoio de organizações da área de educação e direitos humanos.
Um dos projetos premiados é o Dança Afro, em Belo Horizonte: contra o Genocídio da Juventude Negra – uma Experiência Educativa e Inclusiva de Jovens de Vilas e Favelas. O trabalho é desenvolvido por uma associação que atua em escolas e, a partir da dança afro, faz discussões sobre a valorização da cultura afro-brasileira e de temas como a violência, que atinge os jovens negros, a homofobia, questões de gênero e os desafios para a inclusão no mercado de trabalho.
“Percebemos, ao longo dos anos, que muitos desses jovens haviam sofrido violências, e isso tudo se reflete no corpo. São tímidos, calados, não verbalizam muito e a gente faz um trabalho corporal com as danças afro para isso. Usamos a dança como mote para discutirmos várias questões”, explica o coordenador do projeto, Evandro Passos.
Após décadas de atuação junto aos estudantes, o coordenador conta que, mesmo que os jovens não se interessem pela carreira artística, os ensinamentos aprendidos passam a permear a trajetória deles, que se tornam multiplicadores dos conceitos.
Após o anúncio dos vencedores, o ministro da Educação, Henrique Paim, destacou a importância do prêmio para a formação de valores e a importância dos professores no processo. “Sabemos que a educação tem papel fundamental para difundir os valores da cultura de paz, da diversidade, valores que trabalham contra a discriminação. Isso tudo tem que ser trabalhado na escola, e os professores têm papel fundamental nesse processo”, disse.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, ressaltou o resultado alcançado de trazer para as salas de aula a discussão sobre a temática. “Sou professora e tenho convicção que a defesa, promoção e valorização dos direitos humanos não se dá sem a participação do processo educativo”.
O vencedor na categoria Sociedade na Educação em Direitos Humanos foi um projeto que leva a cultura cigana para as salas de aula, no Distrito Federal. A iniciativa Kalinka – Ciganos na Minha Escola: uma História Invisível, faz um trabalho de orientação de docentes e gestores governamentais sobre a história, tradições e costumes do povo Romá no Brasil e no mundo. A intenção é fortalecer a diversidade étnica e cultural, por meio de estratégias didáticas. O projeto é executado pela Associação Internacional Maylê Sara Kali.
Entre os premiados estão ainda projetos ligados à educação para presidiários e a adoção de um ano temático para discutir assuntos relacionados aos 21 anos da ditadura militar, implantada no Brasil há 50 anos. A lista completa com os premiados está na páginawww.educacaoemdireitoshumanos.sdh.gov.br da internet.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Violência Doméstica/ Violência contra a mulher

Violência Doméstica/ Violência contra a mulher
Por   Mariene Hildebrando 

               Direitos humanos ou Direitos naturais, individuais, servem para designar a mesma coisa, os direitos fundamentais do homem.  São princípios que servem para garantir nossa liberdade, dignidade, o respeito ao ser humano. São fundamentais para que tenhamos uma sociedade mais justa com igualdade para todos
     O artigo V da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que: Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Sabemos que a violência não se refere apenas a violência física ou sexual, mas também a negligência, ao descaso e a covardia com que são tratadas as vítimas, normalmente crianças e mulheres  que por suas fragilidades físicas ficam a mercê da agressão de seus algozes.
               Vemos a violência doméstica apresentar-se de diversas formas, uma delas podemos dizer que ocorre de forma silenciosa, mas não menos prejudicial, é a negligência dos pais ou responsáveis frente a direitos fundamentais que todo ser humano tem, a omissão frente a educação, saúde, o amor e respeito, um ambiente de dignidade fundado em valores éticos e morais que são a base e o alicerce da família , e, como a família é a base da sociedade, é ali que  tomamos conhecimento de como é viver em sociedade. Essa omissão quando ocorre, causa estragos e traumas que podem ser carregados para o resto da vida. A violência física também causa traumas, ás vezes marcas e deformações no corpo, mas o pior ainda é o que ela causa no psicológico da pessoa. Percebemos então que a violência ocorre não só pela ação, mas também pela omissão. Há que se falar que em nossa sociedade algumas pessoas acham normal usar de violência para educar, existe certa tolerância quando se trata de “correção”de uma atitude, ora, isso nos leva a punição, e comprovadamente não educa ninguém.
             Curiosamente não podemos dizer que a violência doméstica ocorre só em determinada classe social, ela ocorre em todos os níveis sociais e independe de religião, cultura ou nível econômico. As várias formas de violência, seja ela, física, mental, sexual ou verbal, sempre trará prejuízos a pessoa, sempre causará algum tipo de dano. A vítima tem pouca autoestima, sente culpa, vergonha, se sente violada e traída. A violência doméstica é um dos motivos de tantos adolescentes irem parar nas ruas, usarem drogas e virarem marginais.
            A violência doméstica atinge toda a família, é ilegítima. Os valores precisam ser repensados, a violência não é natural. Os direitos humanos primam pela dignidade do ser humano, e não há dignidade quando se sofre agressões de toda ordem dentro do próprio seio familiar.

No Dia da Não Violência contra a Mulher, ONU inicia ações de combate à opressão

EBC-Agência Brasil

Helena Martins - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
mulheresMovimento feminista comemora em 25 de novembro o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher - Arquivo/Agência Brasil
Uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual, cerca de 120 milhões de meninas já foram submetidas a sexo forçado e 133 milhões de mulheres e meninas sofreram mutilação genital, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Embora essas violações sejam comuns ao cotidiano de milhares de mulheres, muitas vezes elas se tornam invisíveis ou são tratadas como algo relativo à esfera familiar. Para romper esse silêncio, desde 1981 o movimento feminista comemora, com luta, em 25 de novembro, o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.
Neste ano, a ONU Mulheres, organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero, iluminará o prédio da entidade em Brasília e também a sede principal, em Nova York, com a cor laranja. A iluminação é uma das atividades que serão promovidas de hoje (25) até o dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, no âmbito dos chamados 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero.
Representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman diz que a data contribui para a inserção da luta contra a violência na agenda política. “É uma data que tem sido importante para mobilizar tanto o governo quanto a sociedade civil e colocar na pauta dos meios de comunicação esse problema, que é muito grave entre as mulheres”, explica.
No Brasil, a programação é diversa. Hoje, no Rio de Janeiro, haverá exposição de grafite, oficina e roda de conversa sobre violência contra a mulher. Amanhã será a vez de um debate na internet sobre os compromissos assumidos pelos países para enfrentar a violência, além das políticas públicas para garantir os direitos das mulheres. Nos dias 26 e 27, serão realizadas oficinas e debates, em Brasília e João Pessoa, com juízes e outros operadores de Justiça sobre a adaptação do Protocolo Latino-Americano para Investigação das Mortes por Razões de Gênero à legislação brasileira. A programação seguirá em dezembro e pode ser conferida no site daONU Mulheres.
A representante da organização no Brasil destaca que, neste ano, a campanha também alerta para o cumprimento da Plataforma de Ação de Pequim, cuja aprovação completará 20 anos em 2015. Fruto da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, a plataforma listou 12 áreas de trabalho, como Mulheres e Pobreza e Mulheres e a Mídia, e apontou ações concretas que deveriam ser desenvolvidas pelos países signatários para promover a igualdade de gênero.
Em relação à violência, considerava que essa violação “constitui obstáculo a que se alcance os objetivos de igualdade, desenvolvimento e paz”, nos termos da declaração. Quase 20 anos depois da aprovação do texto, mais de dois terços dos países aprovaram leis contra a violência doméstica, em decorrência das propostas elaboradas em Pequim, segundo a ONU. As leis, contudo, não têm sido cumpridas a contento, na avaliação da organização. Além disso, o objetivo de “prevenir e eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e meninas” segue distante.
“Há toda uma questão da prevenção da violência contra as mulheres que tem a ver com os estereótipos de gênero e as relações entre homens e mulheres, além das leis, políticas e planos, os quais têm que ser formulados. Também é preciso ter recursos, tanto humanos quanto financeiros [para sua implementação]”, diz Nadine.