terça-feira, 7 de julho de 2015

ONU aprova resolução que condena violações dos direitos humanos na Síria

Midia News
em 05/07/2015


O Brasil e mais 28 países votaram a favor da resolução que condena

 a grave situação dos direitos humanos e a crise humanitária na Síria.


DA AG BRASIL O Brasil e mais 28 países votaram a favor da resolução que condena 
a grave situação dos direitos humanos e a crise humanitária na Síria.
 O projeto de resolução começou a ser analisado ontem (2) pelo Conselho de Direitos
 Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi concluído hoje (3). 
Houve 6 votos contrários e 12 abstenções.

O documento repudia as sistemáticas violações de direitos humanos pelo governo sírio 
e pelos vários grupos terroristas que combatem no país, entre eles o 
Estado Islâmico e o Al Nusra, filial da Al Qaeda na Síria.
A resolução também condena firmemente o emprego de violência sexual e de tortura
 nos centros de detenção e o uso contínuo de armas químicas, 
de armamento pesado e de bombardeios aéreos contra os civis pelas autoridades sírias.
Nas Nações Unidas, o peso de uma resolução é o de advertência e representa 
um dos principais instrumentos diplomáticos de pressão.

Em nota divulgada ontem (2), o Ministério das Relações Exteriores informou 
que o voto do Brasil a favor da resolução é porque o país vê com grande preocupação
 a persistência de graves violações de direitos humanos na Síria, "país ao qual está ligado
 por laços forjados pela numerosa comunidade de origem síria que faz parte de sua população".

De acordo com o Itamaraty, a delegação brasileira no Conselho de Direitos Humanos 
reiterou o compromisso do país em apoiar “todos os esforços direcionados
 à construção de solução política para o conflito sírio, por meio de negociações 
transparentes e inclusivas”.

A nota destacou ainda que a responsabilidade dos vários grupos armados de oposição
 por graves violações de direitos humanos não deve ser minimizada. 
“Todas as atrocidades e seus perpetradores devem ser condenados”, acrescentou o Itamaraty.

Segundo informações do Observatório Sírio dos Direitos Humanos,
 desde o início do ano, 2.926 civis morreram e 18 mil foram feridos na Síria em ataques aéreos
 do regime de Bashar Al Assad. Os dados indicam que, desde março de 2011
 o conflito na Síria já causou mais de 230 mil mortos.

Maria Barroso. Uma vida dedicada à defesa dos direitos humanos


http://rr.sapo.pt/informacao
Renascença

Foi uma vida dedicada à luta pela liberdade, pela solidariedade e pela tolerância. Maria de Jesus Barroso Soares sempre foi muito mais do que a mulher de Mário Soares. Apesar de ter deixado o Palácio de Belém há quase 20 anos, para muitos portugueses nunca deixou de ser a “primeira-dama”.

Nascida no Algarve em 1925, era a quinta de sete irmãos. A mãe era professora primária, o pai militar e lutador antifascista. Foi em casa que teve o primeiro contacto com a política, à qual dedicaria um amor tão forte como o que devotou toda a vida às artes, sobretudo ao teatro e à poesia. 

Estudou Arte Dramática no Conservatório Nacional e Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi aí que conheceu Mário Soares. 

Numa entrevista à Renascença, em 1999, Maria Barroso recordava o primeiro encontro. “Foi um colega nosso, o João Falcato, que nos apresentou. Eu estava a chorar porque tinha sido impedida de fazer exame a uma cadeira por excesso de falta. A cadeira era leccionada à tarde e eu faltava bastante porque à uma e meia começavam os ensaios no teatro, mas tinha-me preparado para o exame e não me deixaram fazer. O Mário ia a passar, o João contou-lhe o sucedido e ele mostrou-se muito indignado com a situação.” 

A simpatia mútua foi imediata. Passados três anos, casavam, na cadeia do Aljube, em Lisboa, onde Mário Soares estava preso por motivos políticos. Para trás ficava uma promissora carreira de actriz, sobretudo no Teatro Nacional D. Maria II. Ainda regressaria ao teatro, para mais um ou dois espectáculos, e ao cinema, em dois filmes de Manoel de Oliveira e Paulo Rocha.

Pela democraciaA luta contra a ditadura passou a dominar a sua vida. 

Em 1969, foi candidata a deputada pela Oposição Democrática. Proibida pelo regime fascista de exercer a docência, dirigiu o Colégio Moderno, fundado pelo seu sogro, de forma mais ou menos clandestina enquanto o marido estava preso ou no exílio. 

Em 1973, esteve na Alemanha, na fundação do Partido Socialista. Era a única mulher presente e ficou ao lado dos que consideravam a decisão precipitada, opondo-se a Mário Soares. 

Depois do 25 de Abril, foi eleita deputada à Assembleia da República, entre 1976 e 1983. Chegou ao Palácio de Belém, com o marido como Presidente, em 1986. 

Nos dez anos que se seguiram, empenhou-se na defesa do sentido de família, na prevenção da violência e no apoio aos países de língua portuguesa. Actividades ditadas pelo respeito pelos outros e pelo amor pelo próximo, valores segundo os quais educou os seus filhos, o político João Soares e a sua irmã, Isabel Soares, directora do Colégio Moderno. 

“Nunca quis que os meus filhos odiassem ninguém, mesmo quando assistiam a cenas terríveis como era ver o pai através de duas redes, a um metro de distância. Era como ver um animal numa jaula. Nunca os incentivei ao ódio. Disse-lhes sempre que o que é preciso é que ninguém, seja quem for, passe por uma situação semelhante. E isto passou para eles porque não era só o que eu dizia, era também o que eu fazia”, relembrava à Renascença.  

A pensar nos outros até ao último diaDepois de deixar o Palácio de Belém, foi presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. Fundou e presidiu, até ao último dia, à Pro Dignitate – Fundação de Direitos Humanos. 

Há muito afastada da política activa, nunca se demitiu de pensar Portugal, a Europa e o mundo. Na mesma entrevista à Renascença, defendia, aliás, a transformação que sonhava para a União Europeia. 

“A Europa é um espaço que precisa de ser fortalecido. É preciso que seja não só um espaço económico, mas também cultural e social, um espaço onde as pessoas possam viver, que tenha peso próprio e no qual se imponha os valores da cultural ocidental.”

A sua longa carreira foi premiada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, três doutoramentos “honoris causa”, duas dezenas de condecorações atribuídas por países de todo o mundo, dezenas de prémios e cargos de destaque em perto de 30 organizações, sobretudo de carácter humanitário. 

Numa entrevista recente ao jornal “i”, por ocasião dos seus 90 anos, deixava claro como gostaria de ser recordada: “Uma cidadã modesta mas amante da liberdade, da solidariedade e do amor. A minha palavra preferida, sem qualquer dúvida.”

Oração - A banda mais bonita da cidade (Opção de Vida)



 BOM DIA!!!!