quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Angola diz que violações dos direitos humanos duraram 500 anos

Jornal de Notícias
Global Média

O governante discursava em Ondjiva, capital da província do Cunene, ao presidir ao ato solene das comemorações do dia do Herói Nacional, feriado alusivo ao nascimento do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, referindo-se assim às críticas sobre violação de liberdades e direitos humanos, numa resolução aprovada pelo Parlamento Europeu.
"Nós, que ao longo de séculos, viemos lutando contra a violação dos direitos humanos, vocês aceitam que hoje nos queiram acusar de estarmos a violar os direitos humanos? Não, porque temos plena consciência que os que nos acusam não têm moral para nos vir dar aulas sobre esta matéria, que muito bem conhecemos", começou por apontar João Lourenço.
"Violação dos direitos humanos foi o colonialismo. Violação dos direitos humanos foi a escravatura que durou não escassos dias, nem meses, nem anos, mas sim séculos eternos. Isso sim é que foi a verdadeira violação dos nossos direitos", enfatizou o ministro, que discursava em representação do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
O Parlamento Europeu (PE) aprovou há precisamente uma semana uma resolução sobre as "tentativas incessantes" das autoridades angolanas para limitar as liberdades de expressão, de imprensa e de reunião pacífica e de associação.
Aprovada em sessão plenária, em Estrasburgo, com 550 votos a favor, 14 contra e 60 abstenções, a resolução, além das limitações de liberdades, notou o nível de corrupção e as deficiências no sistema anti-branqueamento de capitais em Angola.
Autora de um relatório sobre a matéria, que serviu para suportar a resolução, Ana Gomes (PS) citou os vários casos e a sua visita em julho ao território para notar as crescentes "tensões sociais" por causa da crise económica e corrupção e como "povo angolano está cada vez indignado perante a pilhagem de recursos pela elite".

Mostra leva filmes sobre direitos humanos a universidades de 14 estados

Criado em 16/09/15 22h40 e atualizado em 17/09/15 16h03
Por Paulo Virgílio Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Criado com o objetivo de incentivar, no ambiente acadêmico, o diálogo e a reflexão sobre questões ligadas à história brasileira, o Circuito Universitário de Cinema chega à sua segunda edição promovendo, até o final de outubro, sessões gratuitas de filmes nacionais de produção recente em universidades de 14 estados. As exibições são sempre acompanhadas de debates, com a participação dos estudantes, de professores e sempre que possível, devido à disponibilidade na agenda, dos diretores e produtores dos filmes.

O circuito tem como tema este ano os direitos humanos e a curadoria do projeto selecionou três documentários brasileiros, todos produzidos em 2014. À Queima Roupa, de Theresa Jessouron, é um retrato da violência e da corrupção policial no Rio de Janeiro nos últimos 20 anos, tendo como ponto de partida a chacina de Vigário Geral (1993); A Viagem de Yoani, de Raphael Bottino e Peppe Siffredi, faz um relato da passagem da blogueira cubana Yoani Sanchez pelo Brasil, em 2013, e Sem Pena, de Eugenio Pupo, aborda o sistema prisional brasileiro.
“Mais do que uma simples exibição de filmes, a mostra é um espaço de ampla comunicabilidade, constituindo um eficaz instrumento de divulgação e multiplicação de mensagens.  Acreditamos no poder de informação do cinema e, por isso, levamos a temática, nesta edição, dos direitos humanos”, disse a coordenadora Tatiana Maciel, do Instituto Cultura em Movimento, responsável pelo projeto. Na edição de 2014, o tema escolhido foi A ditadura civil-militar  na América Latina e o circuito passou por 43 municípios e 94 instituições de ensino, promovendo 190 sessões para um público de mais de 14 mil pessoas.
Para a realização da mostra, o Instituto Cultura em Movimento seleciona, em cada estado, um agente mobilizador, que fica encarregado de articular as exibições nas universidades, divulgar o evento e pesquisar pessoas para compor as mesas de debates. Universidades públicas e particulares fazem parte do circuito, que também promove sessões em entidades, como a que ocorre na noite de hoje (16) na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Juiz de Fora (MG).
De acordo com Tatiana Maciel, a greve que atinge grande parte das universidades federais não impede a realização do Circuito Universitário de Cinema. “Em algumas localidades onde não está tendo greve já estão sendo realizadas sessões”, informou a coordenadora da mostra.
No Rio, o documentário A Viagem de Yoani será exibido amanhã (17), às 19h30, na unidade Sulacap da Universidade Estácio de Sá, na zona oeste da cidade, seguido de um debate, às 21h. Além do Rio de Janeiro, os estados percorridos pelo circuito são Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Amazonas, Acre e Roraima.