terça-feira, 26 de junho de 2018

Coragem para agir com o coração

Coragem para agir com o coração

“Frequentemente é necessário mais coragem para ousar fazer certo do que temer fazer errado.”
Abraham Lincoln

É preciso coragem para viver, para amar, para ser e estar. Uma qualidade tão importante que existe um dia para se comemorar: Dia 06 de maio.
É preciso coragem para viver corretamente, para lutar pelo que se acredita, para ir em frente quando tudo parece desmoronar.
Coragem para fazer a diferença e para reconhecer quando estamos errados.
Acredito ser a coragem uma qualidade que nem todos possuem. Todos nós sem exceção já passamos por situações que nos fizeram ter vontade de fugir, de correr para não enfrentá-las, por serem situações dolorosas ou que nos apresentavam algum perigo. Aqueles que enfrentam essas situações são diferentes das pessoas, digamos… “comuns”. São pessoas que causam admiração e inveja. Ter coragem é superar o medo.
É preciso coragem para reconhecer que às vezes desperdiçamos tempo e sentimento com pessoas que não tem nenhuma função, nenhum valor, que não agregam que só estão fazendo figuração na nossa vida, e ainda nos sugam.
Quanta energia desperdiçada
Desperdiçamos energia com situações e com coisas também, muitas vezes pelo simples fato de não saber dizer não. É a falta de coragem falando mais alto, não nos deixando agir com o coração. Temos que tirar da nossa vida o que não nos faz bem.  E isso inclui algumas amizades em que tu percebes que o amigo é só tu.
Mas é preciso coragem também para aceitar a felicidade. Sim! Quantas vezes nos boicotamos por medo de ser feliz, ou por acharmos que não merecemos tanta felicidade, por não acreditar em nós mesmos e pensar que essa história de ser feliz é um passo para algo ruim que vai chegar e nos desestabilizar, causando sofrimento. Recuamos e tentamos não parecer tão felizes. Melhor não demonstrar tanto, afinal, dizem que a inveja mata.
É meus caros, tenho que dizer que até para ser feliz precisamos de coragem. Minha felicidade pode “incomodar” os mais “sensíveis”. Precisamos de coragem para mudar aquilo que não está bom, a nossa vida, o rumo da nossa trajetória, sair da zona de conforto, daquilo que já não nos preenche, pelo contrário, causa um desconforto. É preciso coragem para romper com paradigmas. É preciso coragem para entrar em um relacionamento e coragem para sair dele, quando já não nos preenche, quando já não faz crescer.
Que tal agir com mais coragem?
Quando agimos conforme aquilo que pensamos, e de acordo com nossa consciência e nosso coração, estamos agindo com coragem.
Os desafios surgem a todo o momento, uns menores outros maiores, faz parte de viver. Somos capazes de enfrentá-los, basta tomarmos consciência da nossa capacidade e transformar o medo em um impulso de coragem e fazer a diferença.
Algumas decisões que sabemos que vão mexer profundamente com a nossa vida exigem mais tempo e atenção, um olhar mais minucioso e uma visão das perspectivas que se apresentam.  Depois de pensar e analisar, é jogar o medo fora e ir, sobretudo em frente, porque a vida não espera. Se terei a certeza de que estou fazendo o certo? Não sei só o tempo dirá. Mas escolhas precisam ser feitas sempre, até quando escolho não fazer nada, já estou escolhendo, como diz a letra da canção de Charlie Brown Jr:
Cada escolha uma renúncia, isso é a vida…
E viver minha gente é muito bom. Experiências mil, todo tipo de emoção, risos, lágrimas de dor, de felicidade, sonhos, vivências, aprendizados, um turbilhão de sensações, desejos, renúncias, escolhas, algumas boas, outras não tão acertadas assim, mas nos fazendo sentir vivos, parte de algo, parte da vida.
Viver é um ato de coragem que requer um conhecimento de nós mesmos, das nossas vontades, dos nossos desejos, nossos sonhos, nossas limitações. As possibilidades de acertarmos são enormes quando o desejo vem da alma, daí nos surpreendemos com a coragem que nem sabíamos que possuíamos, que brota da nossa essência de sermos muito mais que corpo. Somos seres únicos com infinitas capacidades, somos seres sempre em construção. Somos alma antes de tudo.
Se você acha que a coragem é para quem não tem medo, se engana. A coragem é para quem é forte, para quem tem força de agir para mudar uma situação difícil, para quem quer fazer a diferença, para quem consegue ser da maneira que é sem importar com o que os outros vão pensar. É lutar pelo que se acredita e ir atrás dos seus sonhos. Viver é correr riscos, é se aventurar a todo instante. Como diz Guimarães Rosa em “O Grande Sertão Veredas”
“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.”

Direitos Humanos e o meio ambiente


Direitos Humanos e o meio ambiente
Dia 05 de junho é o dia mundial do meio ambiente. Um dia para lembrarmos como estamos tratando o lugar que habitamos. O meio ambiente sendo o lugar onde nos encontramos deve ser nossa  preocupação constante. Preservar os recursos naturais é garantir o nosso futuro e os de nossos filhos netos, e todas as gerações futuras. Esse preceito está garantido no nosso Direito Constitucional.
 Os direitos de terceira geração estão consagrados pelos princípios da Solidariedade ou Fraternidade. Entram aí os interesses coletivos e difusos.  São direitos que tratam do meio – ambiente, da paz, do progresso da humanidade, cooperação entre os países, da autodeterminação dos povos e outros. Alguns desses princípios estão em nossa Constituição federal. Se esses direitos estão baseados no princípio da solidariedade, deduzimos que eles transpassam os limites do individualismo, se pensa no bem estar de uma sociedade. A ideia de solidariedade ultrapassa as fronteiras, é global, se prioriza o bem comum, os interesses da humanidade. Por serem direitos mais recentes, eles estão em convenções e pactos internacionais e não na Declaração Universal dos Direitos Humanos. São eles:
            Direito a qualidade de vida, a um meio ambiente cuidado e preservado, à proteção dos recursos naturais, hídricos, a qualidade do ar que respiramos, a tudo que envolve a ecologia.  A proteção ou a degradação do meio ambiente afeta a todos, uma vez que esse é um bem jurídico que pertence a todos nós. A nossa Constituição Federal destaca no seu art. 225:  Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.  É um direito fundamental e está diretamente ligado a dignidade humana. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente ressaltou que “Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza” 
Cabe a todos nós  o dever de fiscalizar, de cuidar  e defender o meio ambiente. Devemos apostar no desenvolvimento sustentável como forma de progredirmos, utilizando os recursos naturais de forma equilibrada. É sabido que só isso não é o suficiente. Ações conjuntas entre governos e população, instituições e todo tipo de ajuda disponível  e voltada para um meio ambiente sadio, se faz necessário para preservar  a vida no planeta. A conscientização das pessoas é fundamental para que isso aconteça. Pequenos atos no nosso cotidiano já fazem a diferença. Temos que ter claro que violando um direito ambiental, estamos violando direitos humanos também. A utilização racional e cuidadosa dos recursos naturais é que irá nos garantir qualidade de vida. Como direito fundamental consagrado no art. 5º da Constituição Federal ele é um direito irrevogável, do qual a sociedade não pode prescindir, sob pena de colocar em risco a própria sobrevivência.
O direito a um meio ambiente saudável é um direito de tríplice dimensão, quais sejam:   Individual, social e intergeracional. O individual diz respeito a termos assegurados o direito a uma vida sadia, viver com qualidade.
O social, pois é um bem difuso e coletivo, de todos. Segundo Paulo Affonso Leme Machado “Os bens que integram o meio ambiente planetário, como a água, o ar e o solo, devem satisfazer as necessidades comuns de todos os habitantes da Terra”.
É Intergeracional (entre gerações), cabe a geração atual a defesa e a preservação do meio ambiente para as futuras gerações, deve se colocar em prática a solidariedade com os que virão depois. Devemos utilizar com sabedoria os recursos sem, no entanto esgotá-los, pois a vida no planeta depende somente de nós. Promover a convivência harmônica entre a humanidade e a natureza é dever de todos. Adotar um modelo econômico que não agrida o meio ambiente, que diminua o consumo, e que nos faça cidadãos mais críticos e conscientes do nosso papel enquanto indivíduo e enquanto ser que vive em sociedade e, portanto também tem o dever de agir coletivamente.
Mariene Hildebrando/ especialista em Direitos Humanos.
e-mail.marihfreitas@hotmail.com