quarta-feira, 7 de maio de 2014

Deveres humanos x direitos humanos

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O Povo on line- Jornal de Hoje-

JUSTIÇA
 
Muito se fala hoje de direitos humanos, e é algo necessário (os diplomas legais oriundos das lutas históricas estão aí para provar). Mas pouco, ou nada, escutamos falar dos deveres humanos, os que devemos uns aos outros e à natureza da qual fazemos parte.
Sendo o ser humano naturalmente sociável, resta que, para haver ordem na sociedade de modo que não haja o extermínio mútuo, os deveres de todos para com todos devem, necessariamente, vir em primeiro lugar, em detrimento dos direitos, mas sem suprimir estes, evidentemente (não desejamos o retorno do Absolutismo - nos acostumamos a ser livres). Seria algo como deveres e direitos fundamentais e não direitos e deveres fundamentais, digamos assim.
Criticas ferrenhas são dadas à ação policial, mesmo sem conhecer a fundo os fatos ocorridos. Levantam a bandeira dos direitos humanos, como se marginais fossem “vítimas” da sociedade ao invés de bandidos. Não consideram, ou fingem desconsiderar que na maioria dos países de primeiro mundo vislumbramos extremo rigor na punição de criminosos, pois o objetivo maior é de se preservar a vida e os direitos dos cidadãos ordeiros.
Policiais que se destacam em ações perigosas são homenageados como heróis, por agirem além do esperado, colocando a própria vida em risco frente ao crime.
Entendo que está mais do que na hora de chamarmos à responsabilidade os que cometem crimes, os que praticam condutas nocivas dentro da própria sociedade em que estão inseridos. Aos criminosos lhes digo: amigos, a sociedade pós-iluminista, a mesma que você vive, não lhe dá apenas direitos considerados fundamentais; a sociedade também cobra deveres considerados fundamentais (respeito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade dos outros, dentre outros direitos).
O problema é que o debate relacionado aos direitos humanos é tão fervoroso que esqueceram de dar a mesma ênfase aos deveres humanos. Por isso que os valores estão invertidos e a balança da justiça está desequilibrada. Liberdade sem disciplina vira libertinagem. Uma sociedade, principalmente a democrática, que não encontra limites, tende à extinção.
Rainer Riedel
rainerriedel@hotmail.com

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