Jovens indígenas das comunidades de Nova Betânia, em São Paulo de Olivença, Umariaçu, em Tabatinga, e Filadélfia, em Benjamin Constant, situadas na região do Alto Rio Solimões, no Amazonas, serão beneficiados/as com um projeto de capacitação em direitos humanos. Até o dia 13 de novembro de 2012, um grupo de 14 jovens da etnia Kokama e outros 28 adolescentes da etnia Ticuna, entre meninos e meninas, irão exercer atividades como agentes de transformação para disseminar os princípios dos direitos humanos em suas comunidades.
Durante esses dois meses serão desenvolvidas ações na área da comunicação, através do apoio da UNICEF e parceiros, no intuito de fortalecer a participação dos jovens na promoção dos direitos dos povos indígenas relacionados à saúde e à segurança alimentar e nutricional. Além de capacitar os jovens para a multiplicação dos aprendizados, as oficinas representam oportunidades para garantir o lazer e a inclusão digital dos moradores da região.
“Muitas vezes somos esquecidos na construção de políticas públicas e nas coisas que vêm acontecendo; essa iniciativa serve para despertar muitas pessoas a estudarem, aprenderem e se inserirem no mundo digital. Há muito a ser construído. Nas aldeias a vida é completamente diferente, será uma aventura dentro do mundo ‘civilizado’, onde as pessoas se preocupam mais com a competitividade e não com a forma de viver”, declara Bill Karajá, representante da Coordenação dos Povos Indígenas.
O projeto propõe capacitar os jovens indígenas, através dos recursos que a comunicação oferece, e incentivar a multiplicação dos conhecimentos para o dia a dia de outros jovens e adultos que vivem nas aldeias. Para facilitar a compreensão dos elementos que servem como objetos de estudos, serão produzidos jornais, fotografias, programas de rádios, vídeos e blogs.
“Tudo que se aventura e que busca capacitação é riquíssimo para levar e ensinar aos outros, aos próprios indígenas; todos os cursos e toda área é válida, a ideia é construir uma licenciatura na aldeia, pois tirar os indígenas de lá é ter de enfrentar dificuldades. Então, o objetivo é ficar mais próximo da informação”, relata.
Os jovens Kokama deram o primeiro passo do projeto na última terça-feira (11) e vão se unir aos adolescentes Ticuna, que iniciaram suas oficinas no dia 27 de agosto. O contato com as ferramentas da comunicação já foi adquirido e os Ticuna puderam realizar entrevistas e fotografaram profissionais, lideranças, mulheres, crianças e jovens de suas próprias comunidades, além de parceiros, qualificados como fontes de informação.
A escolha dos participantes no projeto priorizou o espírito de liderança e de comunicação manifestado por alguns jovens que já fazem parte desse processo de transformação de suas realidades. Segundo Bill, os jovens que buscam incentivar os outros jovens, que estão sempre à frente e que multiplicam os aprendizados para sua comunidade foram os escolhidos para integrar o projeto. Esses 42 jovens de ambas as etnias irão registrar fatos locais relacionados ao direito humano, à alimentação adequada e à Convenção nº 169 sobre Povos Indígenas e Tribais da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A iniciativa integra o Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas (PCSAN) no Alto Rio Solimões (AM), e conta com o financiamento do Fundo das Nações Unidas para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDG-F). Instituições públicas locais, universidades, entidades da sociedade civil, lideranças e organizações indígenas envolvidas na nas ações também são parceiras do projeto.
Maiores informações sobre o projeto:
Daniela SilvaConsultora do UNICEF em Manaus
dsilva@unicef.org
dsilva@unicef.org
Bill KarajáCoordenação dos Povos Indígenas
Correio do Brasil
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